O mercado imobiliário está passando por uma transformação notável, especialmente quando se trata do tamanho dos imóveis recém-construídos. Em São Paulo, por exemplo, mais da metade dos novos imóveis tem menos de 45 m², de acordo com dados recentes da Pesquisa do Mercado Imobiliário (PMI) conduzida pelo Secovi-SP.

Essa predominância de unidades compactas não é uma coincidência. Mesmo em áreas de alto valor, os imóveis menores tendem a ser mais acessíveis, o que naturalmente atrai uma demanda maior.

Uma série de fatores contribui para essa mudança de paradigma. Por exemplo, o Plano Diretor de 2014 praticamente incentivou os incorporadores a construírem unidades sem vagas de garagem, que seriam “emprestadas” aos apartamentos maiores. Além disso, até o ano passado, a construção de imóveis com menos de 50 m² era mais vantajosa devido ao cálculo de outorga onerosa.

Mas essas tendências não se limitam apenas ao tamanho. Descobriu-se que os imóveis de médio e alto padrão lideram os lançamentos, embora os econômicos estejam vendendo mais. Surpreendentemente, 63% dos lançamentos e 53% das vendas em São Paulo no último fevereiro foram de imóveis econômicos.

Essa mudança no panorama imobiliário é um reflexo do desafio contínuo do déficit habitacional no Brasil. Estima-se que sejam necessários investimentos massivos de cerca de R$ 1,97 trilhão até 2033 para resolver essa questão.

Portanto, enquanto testemunhamos um aumento significativo nos lançamentos imobiliários, ainda enfrentamos desafios econômicos e estruturais que moldam o mercado.

No entanto, mesmo com esses desafios, é evidente que o mercado está se adaptando às demandas emergentes, oferecendo soluções mais acessíveis e adequadas às necessidades atuais dos compradores. Este é um momento importante para acompanhar as mudanças dinâmicas no setor imobiliário.